Desde cedo que o homem adquiriu a capacidade de relacionar a ingestão de alimentos com a possibilidade de ocorrer um acontecimento adverso como a doença ou até a morte. Esta informação, importante à sobrevivência de qualquer espécie, foi transmitida desde muito cedo às gerações seguintes, de início provavelmente de forma oral e mais tarde de forma escrita.
Actualmente, estamos muito além disso. Todos os dias somos atacados por uma panóplia de informação que tem como único intuito fazer-nos consumir. Ora se sem uma camisola ou sem umas calças, até podemos passar, o mesmo não acontece com a comida, vulgar alimentação. Esta é a base da nossa sobrevivência, imprescindível desde o mais mendigo ao mais rico dos homens. Por estar tão presente na nossa realidade, o mercado foi muito mais para além de suprimir as nossas necessidades fisiológicas, passando para o patamar da guerra aos lucros, custe o que custar, ou seja, custe a saúde de quem custar. Note-se que não são propriamente os bens de primeira necessidade que são os mais publicitados, mas sim aqueles que lhes poderíamos chamar de “supérfluos”.
Com a industrialização, iniciada no séc. XIX, várias marcas lutam por vender o seu produto no mercado, sendo muitas vezes o mesmo produto! Acaba por ser tudo uma questão de quem tem uma boa publicidade, que chame a atenção do consumidor, já que pouco interessa a qualidade que o consumidor procura, o que importa é que se venda bem.
O conhecimento científico constitui um bem público, sendo que o pensamento dominante é que se é bom para a ciência é bom para a sociedade. Neste pressuposto baseiam-se muitas da campanhas publicitárias em voga.