domingo, 25 de novembro de 2007

Investigadores alertam para as consequências da fortificação com ácido fólico

Um grupo de investigadores do UK Institute of Food Research (IFR) verificou que a fortificação de farinha com ácido fólico pode levar a vários problemas de saúde. Os resultados podem ter um efeito importante na futura legislação Europeia quanto à adição de folatos sintéticos – vitamina do complexo B – a farinhas.

Esta fortificação foi anteriormente elogiada devido ao facto de o ácido fólico ter sido associado à prevenção de defeitos do tubo neural, como a espinha bífida em fetos.

Apesar de o IFR concordar que a incidência destes defeitos é reduzida pela adição de ácido fólico a farinhas, os investigadores alegam que esta fortificação leva também a uma série de problemas de saúde.

Ao contrário dos folatos naturais, como os provenientes de vegetais de folha verde, que são digeridos no intestino, os suplementos sintéticos são metabolizados no fígado. “O fígado fica saturado e o ácido fólico não metabolizado entra na corrente sanguínea”, explicou a investigadora Sian Astley. Uma vez na corrente sanguínea, os folatos podem provocar leucemia, artrite, cancro intestinal e gravidez ectópica em indivíduos com problemas de saúde pré-existentes.

“Em mulheres submetidas a fertilização in-vitro, pode também aumentar a probabilidade de embriões múltiplos, com todos os riscos associados para a mãe e bebés (...) No entanto, estes efeitos do ácido fólico não metabolizado podem levar 20 anos a desenvolver-se e tornar-se aparentes”, afirmou.

Os investigadores apelam a investigações futuras de forma a obter um verdadeiro cenário de ambos os benefícios e riscos da suplementação em farinhas no Reino Unido.

“Este estudo tem implicações importantes no uso de ácido fólico em fortificações, uma vez que mesmo em baixas doses pode levar a um consumo excessivo de ácido fólico, com os seus riscos inerentes”, explicou a investigadora.

Fonte: British Journal of Nutrition, 2007; 98 (4): 667-675

in Associação Portuguesa de Dietistas

domingo, 18 de novembro de 2007

As perturbações de comportamento alimentar são um problema dos nossos dias e cada vez mais movimentos pró-anoxeriantes aparecem. Torna-se imperativo alertar para estas situações, onde tudo aquilo que não existe é alimentação saudável.

Fica aqui também um exemplo de um sitio pró-anorexia:
http://br.geocities.com/proana_paradise/dicasparaemagrecer.htm

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Milk Song!

Porque o leite e derivados são um grupo distinto da Roda dos Alimentos, aqui fica um video coreano muito divertido :)

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Há de tudo em todo o lado...

Actualmente, comunica-se de variadíssimas formas sobre a alimentação que as pessoas devem ter e de quanto é bom para a saúde destas ter uma alimentação saudável.

Aqui temos um exemplo de uma entrevista com uma boa comunicação por parte da nutricionista, de modo a que o público em geral percebesse o que ela queria transmitir acerca do farelo e das fibras solúveis e não solúveis:



Um outro exemplo desta vez uma má comunicação é esta entrevista a uma nutricionista que não consegue explicar bem a importância dos antioxidantes, ela atrapalha-se muito e não se percebe o que ela quer dizer. Para uma pessoa que não tem qualquer tipo de conhecimento científico esta explicação não lhe esclarece nada.

domingo, 4 de novembro de 2007

E um pouco de humor. . .

Porque as coisas que se digerem bem também nos fazem sentir bem :)

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Os objectivos da comunicação passam por:
  • ser claros
  • precisos
  • passiveis ser quantificados
  • conter o prazo em que devem ser atingidos
  • serem passíveis de ser atingidos (realistas).

Estes objectivos subdividem-se em categorias de modo a:

  • dar a conhecer a existência de um produto
  • fazer gostar do produto
  • fazer agir, ou seja, incitar a provar.

Exemplos de publicidade em que se aplicam estes princípios são:




O papel do nutricionista...

Um nutricionista está dentro da área das ciências e como tal é um cientista que estuda todos os efeitos dos alimentos nas pessoas. É este que toma conhecimento dos malefícios e benefícios que um alimento pode trazer para um indivíduo.
Nos dias que correm, a sociedade acredita no que os cientistas têm para lhe comunicar e esperam muito deles, limitando a sua decisão alimentar à opinião que estes têm acerca dos alimentos.

Temos como exemplo o caso das “vacas loucas”, que foi comunicado pela comunidade científica. Fornecida a informação científica, que forçou uma tomada de posição por parte dos agentes económicos e por parte dos políticos, de modo a que a população não ficasse exposta a este perigo para a saúde pública.
Será que os nutricionistas influenciam na escolha dos alimentos por parte da sociedade?
Achamos que sim... Evidencia disso é que as publicidades têm frequentemente como preocupação divulgar que o alimento tem beneficíos cientificamente comprovados ou que são “apoiados” pela Associação Portuguesa dos Nutricionistas, ou qualquer outra com credibilidade cientifica.
Assim sendo fica um exemplo de publicidade em que o papel do nutricionista é importante para a decisão das pessoas em relação aos alimentos em questão:





segunda-feira, 15 de outubro de 2007

A arte de publicitar

A publicidade para a alimentação actualmente usada, segue essencialmente duas vertentes: estruturalista e funcionalista.

A corrente funcionalista difere da estruturalista porque visa salientar a função benéfica que o alimento apresenta no nosso organismo. Por sua vez, a estruturalista prima pelas caracteristicas organolépticas do produto as suas possiveis utilizações na culinária, salientando
o paladar.

Exemplos bem demarcados destas correntes são:


  • Danacol, publicitado como benéfico na redução do colesterol. (Corrente Funcionalista)






Chipmix, publicitadas por agora ainda terem mais pepitas de chocolate! (Corrente Estruturalista)




E qual destas correntes vende mais?


A questão acaba por ser vaga...

Se durante muito tempo a corrente em voga foi indubitavelmente a estruturalista, o presente é de mudança. Cada vez mais o consumidor relaciona alimentação com bem estar fisico, pelo que torna-se imperativo preferir alimentos mais saudáveis.

É com este pressuposto que as indústrias cada vez mais jogam, passando a ser a corrente estruturalista e interagir com a funcionalista, exemplo das Lay's' Light "todo o sabor, agora com menos calorias".

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

"Porque será que se comunica tanto sobre alimentação?"

Desde cedo que o homem adquiriu a capacidade de relacionar a ingestão de alimentos com a possibilidade de ocorrer um acontecimento adverso como a doença ou até a morte. Esta informação, importante à sobrevivência de qualquer espécie, foi transmitida desde muito cedo às gerações seguintes, de início provavelmente de forma oral e mais tarde de forma escrita.

Actualmente, estamos muito além disso. Todos os dias somos atacados por uma panóplia de informação que tem como único intuito fazer-nos consumir. Ora se sem uma camisola ou sem umas calças, até podemos passar, o mesmo não acontece com a comida, vulgar alimentação. Esta é a base da nossa sobrevivência, imprescindível desde o mais mendigo ao mais rico dos homens. Por estar tão presente na nossa realidade, o mercado foi muito mais para além de suprimir as nossas necessidades fisiológicas, passando para o patamar da guerra aos lucros, custe o que custar, ou seja, custe a saúde de quem custar. Note-se que não são propriamente os bens de primeira necessidade que são os mais publicitados, mas sim aqueles que lhes poderíamos chamar de “supérfluos”.


Com a industrialização, iniciada no séc. XIX, várias marcas lutam por vender o seu produto no mercado, sendo muitas vezes o mesmo produto! Acaba por ser tudo uma questão de quem tem uma boa publicidade, que chame a atenção do consumidor, já que pouco interessa a qualidade que o consumidor procura, o que importa é que se venda bem.


O conhecimento científico constitui um bem público, sendo que o pensamento dominante é que se é bom para a ciência é bom para a sociedade. Neste pressuposto baseiam-se muitas da campanhas publicitárias em voga.