segunda-feira, 8 de outubro de 2007

"Porque será que se comunica tanto sobre alimentação?"

Desde cedo que o homem adquiriu a capacidade de relacionar a ingestão de alimentos com a possibilidade de ocorrer um acontecimento adverso como a doença ou até a morte. Esta informação, importante à sobrevivência de qualquer espécie, foi transmitida desde muito cedo às gerações seguintes, de início provavelmente de forma oral e mais tarde de forma escrita.

Actualmente, estamos muito além disso. Todos os dias somos atacados por uma panóplia de informação que tem como único intuito fazer-nos consumir. Ora se sem uma camisola ou sem umas calças, até podemos passar, o mesmo não acontece com a comida, vulgar alimentação. Esta é a base da nossa sobrevivência, imprescindível desde o mais mendigo ao mais rico dos homens. Por estar tão presente na nossa realidade, o mercado foi muito mais para além de suprimir as nossas necessidades fisiológicas, passando para o patamar da guerra aos lucros, custe o que custar, ou seja, custe a saúde de quem custar. Note-se que não são propriamente os bens de primeira necessidade que são os mais publicitados, mas sim aqueles que lhes poderíamos chamar de “supérfluos”.


Com a industrialização, iniciada no séc. XIX, várias marcas lutam por vender o seu produto no mercado, sendo muitas vezes o mesmo produto! Acaba por ser tudo uma questão de quem tem uma boa publicidade, que chame a atenção do consumidor, já que pouco interessa a qualidade que o consumidor procura, o que importa é que se venda bem.


O conhecimento científico constitui um bem público, sendo que o pensamento dominante é que se é bom para a ciência é bom para a sociedade. Neste pressuposto baseiam-se muitas da campanhas publicitárias em voga.

1 comentário:

delarocha disse...

Sem dúvida, hoje em dia vivemos num mundo comercial por excelência, e infelizmente o que comemos é vítima dessa mesma febre de comercializar, produtos modificados são-nos impingidas pela televisão ou em pleno supermercado como "comida da avó", e nós, uma humanidade cada vez mais obesa, mais comodista e sedentária, lá aceitamos esse fast-food, convencidos (ou querendo estar convencidos) que vem realmente do forno da avózinha, lá na sua cozinha em barro na sua pequena aldeia.